Papai noé, os menino me
contaram
lá na escola onde eu vô,
que o senhô atende os pedido
dos rico dos pobre oprimido
mandado por nosso Senhô.
Me contaram inté que é
só ponha capim em baixo da
cama
e drumi prá esperá.
Mais papai noé prá começá
nem cama eu tenho prá mim drumi
eu tenho é uma estera véia
remendada que dá pena inté de
oiá.
Brinquedo intão nem é bão
falá
trem de
ferro,aeropraninho,sordadinho
eu só cunheço de nome
só de ouvi as outra criança
cumentá.
Que vale que o pai falô
que a inveja num tem valô
pro caboclo lutadô.
Mais eu te juro papai noé
quando eu escuito uma criança
do meu bairro cumentá
eu sinto que o micróbio da
inveja
cumaça logo a me atacá.
Ói papai noé,pro senhô eu num
tenho segredo
inté hoje eu só tive dois
brinquedo;
Primero tive um potranco
que era todinho branco
e bonito como que
mais depois os negócio apiorô
e o pai teve que vendê.
Despois me deram o pinhão
esse cachorrinho bão
que mi ajuda adiverti
nas agua do riberão
nadando daqui prá lí
há! o senhô persisava vê
papai noé
quando eu dô um merguião
custando pra parecê
num é de vê
que o danado do vira-lata
lati desesperado
pensando que eu vo morrê.
Mais ói,papai noé,
já que nóis temo prosiando
já que a gente ta cunversando
o meu pedido eu vou fazê;
Faz a minha mãe alevantá
faiz dois ano que ela num
sabe
o que é natá.
Faiz dois ano que a coitada
passô a tussi,tussi
num isforço danado lá na cama
prá podê arresistí.
Se o senhô me atendê
eu podia inté lhe entregá
o meu único amigo bão
o meu cachorrinho pinhão
que eu custei tanto a ganhá.
Mais o senhô pode ficá com
ele ou então
fazê presente pra outra
criança
que o senhô quisé dá.
eu te prometo fica cuntente
memo com vontade de chorá
mais óia papai noé;
Num esqueça o meu pedido
quando chegá o natá
pru favô:
Faiz a minha mãezinha sará
Autor: Lulu Benencase
Categories:
Generalidades,
Poemas