Adespois de tanto amô,
De tanto
beijo gostoso
De tanto
chêro cheroso,
Nóis
briguêmo.
Foi uma
briga fatá.
Ela me
disse: Acabou-se.
Eu disse:
isso mêmo:Acabou-se...tudo.
E nóis dois
fiquêmo mudo
Sem vontade
de falá.
Cada um fez
sua trôxa
E na hora
da partida,
Nem se
oiêmo.Xinguêmo.
Sim...nôs
xinguêmo
Cumo se
póde xingá:
---Eu te
odeio
---Eu te
desprezo
---Bába de
cururu.
---Mandinga
de sapo seco.
Ocê vai prô
Norte?
Eu vô pro
sul.
Nunca mais
quero te vê...
Nem noticia
quero tê.
Eu juro pro
Deus do céu...
Nunca mais
quero te vê
Nem pintada
de caivão
Lá no muro
do quintá...
E se eu
contigo asonhá
Acordo e
faço três crui...Crui...crui...crui.
O Brasí é
muito grande
Dá bem pra
nôs separá
Ela engoliu
um saluço
Eu engoli
bem uns quatro...
E larguei o
pé no mato
Passou-se
tanto tempo
Que nem é
bão recordá.
Onti nóis
dois se encontrêmo.
Ninguém tento
desfarça.
Eu parti
pra riba dela
Com um fogo
ascêso no oiá
Ela me deu
um arrôxo
Que se eu
sô um cabra frôxo
Tava aqui
em dois pedaço.
E foi tanto
bejo gostoso
Foi tanto
chêro cheroso.
Entonce
nóis se alembrêmo
---O BRASÍ
é tão pequeno,
Não dá pra
nôs separá.
Autor:
MarilitaPozzolli
Categories:
Generalidades,
Poemas