Refletindo sobre o artigo a seguir, divulgado por Max Gehringer, respeitado especialista em gestão de carreiras, discordo da desnecessidade de comentários, e os faço, na defesa da visão daqueles que, como eu, valorizam a educação financeira e o equilíbrio na economia pessoal.

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Há determinadas mensagens que, de tão interessante, não precisam nem sequer de comentários. Como esta que recebi recentemente: 


Li em uma revista um artigo no qual jovens executivos davam receitas simples e práticas para qualquer um ficar rico. Aprendi, por exemplo, que se tivesse simplesmente deixado de tomar um cafezinho por dia, nos últimos quarenta anos, teria economizado 30 mil reais.


Se tivesse deixado de comer uma pizza por mês, 12 mil reais. E assim por diante. Impressionado, peguei um papel e comecei a fazer contas. Para minha surpresa, descobri que hoje poderia estar milionário. Bastaria não ter tomado as caipirinhas que tomei, não ter feito muitas viagens que fiz, não ter comprado algumas das roupas caras que comprei.


Principalmente, não ter desperdiçado meu dinheiro em itens supérfluos e descartáveis. Ao concluir os cálculos, percebi que hoje poderia ter quase 500 mil reais na minha conta bancária. É claro que não tenho este dinheiro. Mas, se tivesse, sabe o que este dinheiro me permitiria fazer?  Viajar, comprar roupas caras, me esbaldar em itens supérfluos e descartáveis, comer todas as pizzas que quisesse e tomar cafezinhos à vontade.


Por isso, me sinto muito feliz em ser pobre. Gastei meu dinheiro por prazer e com prazer. E recomendo aos jovens e brilhantes executivos que façam a mesma coisa que fiz. Caso contrário, chegarão aos 61 anos com uma montanha de dinheiro, mas sem ter vivido a vida.


“ Não eduque seu filho para ser rico, eduque-o para ser feliz. Assim ele saberá o VALOR das coisas e não o seu PREÇO 


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Meus comentários:

No título do artigo, "Viver ou juntar dinheiro", o renomado consultor, coloca em lados opostos, a arte de viver bem e a capacidade de se criar riquezas. E no meu entendimento, estamos falando de coisas interdependentes, na medida que a qualidade de vida depende do equilíbrio entre trabalho, economia e prazer.

Quanto ao texto a ele enviado, talvez, dado às nossas diferenças de valores, não vejo motivos para criticar os jovens que defendem e difundem a educação financeira recomendando o auto controle e o não desperdício de dinheiro.


Desde quando as pessoas financeiramente educadas e bem sucedidas não viajam! Não tomam drinks! Não utilizam das tecnologias disponíveis! Não comem pizzas! E essas pessoas também não desfrutam de conforto? O que essas pessoas sistematicamente não fazem é desperdiçar dinheiro, esbaldar em itens supérfluos e descartáveis, sentir felicidade em ser pobre e muito menos, recomendar tais coisas aos jovens.


Ah! Como eu queria que a vida fosse menos complexa e mais previsível. Como eu queria ter certeza de ser respeitado na minha terceira idade. Como eu queria que a saúde pública do meu país beirasse a do primeiro mundo. Como eu queria ter garantida a minha independência e dignidade diante das adversidades como um AVC. Ah! Como eu queria...

Celebro pois, o equilíbrio, como virtude capaz de nos proporcionar os prazeres possíveis a cada fase da vida, principalmente quando deparamos com fortes limitações para prover nosso sustento.


Recuso-me a aceitar a ideia de que somente as cigarras são sábias, por se ocuparem apenas de cantar. Conforto-me com a consciência de que há sabedoria também nas formigas e abelhas, para quem, o trabalho, a prudência, a segurança, e a independência, são componentes da felicidade.


E quanto à afirmação; “ Não eduque seu filho para ser rico, eduque-o para ser feliz. Assim ele saberá o VALOR das coisas e não o seu PREÇO. , critico com a seguinte  indagação; Porque não educar nossos filhos para serem pessoas ricas e felizes, que saibam valorizar as coisas independente do preço


Para vivenciar o bem estar, devemos contribuir com a fartura universal, através do trabalho e da educação financeira que nos permite aumentar os ganhos, controlar as dívidas, manter reservas estratégicas e planejar disciplinadamente todos os nossos objetivos e desejos.


 “Cidadania econômica não garante felicidade a ninguém, mas, com certeza, evita sofrimento”. (Rosa Maria de Sousa Santos)


                                                          É como penso...
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